Quando nós, seres humanos, nos desvincularmos de preconceitos, conceitos e dogmas estabelecidos pelas religiões, seitas ou o que os valham, e analisarmos os fatos reais dos quais se compõe a vida aqui na Terra, poderemos chegar a conclusões que hoje mais parecem ficção e, assim, estabelecermos um paralelo sensato e lógico para tudo que nos cerca e encontrar o verdadeiro sentido da vida no planeta em que vivemos.
Senão vejamos: Quando Jesus disse: “Não se turbe o vosso coração; crede em Deus, crede também em mim. Há muitas moradas na casa de meu Pai; se assim não fosse, já eu vô-lo teria dito, pois me vou para vos preparar o lugar. Depois que me tenha ido e que vos houver preparado o lugar, voltarei e vos retirarei para mim, a fim de que onde eu estiver, também vós aí estejais” (João, 14:1 a 3). O Mestre estava nos ensinando o princípio da pluralidade dos mundos habitados, de uma maneira cristalina, para não deixar dúvidas.
A casa do Pai é o Universo. As diferentes moradas são os mundos que circulam no espaço infinito e oferecem aos Espíritos que neles encarnam, moradas correspondentes ao adiantamento ou atraso desses mesmos espíritos. Em função disto, diversa é a constituição física de cada mundo e, consequentemente, dos seus habitantes. Cada mundo oferece aos que o habitam, condições adequadas e próprias à vida planetária. As necessidades vitais num planeta poderão não ser as mesmas, e até opostas, noutro.
O mundo que habitamos faz parte de um grupo de planetas e asteroides que acompanham o Sol em sua viagem pela vastidão incomensurável do universo. Mesmo assim, as distâncias entre os planetas que formam o nosso sistema planetário são imensas. Para se ter ideia, enquanto a Terra gasta aproximadamente 365 dias para promover uma volta ao redor do nosso Sol, existem planetas em outros sistemas que gastam para completar uma revolução ao redor do seu Sol entre 88 dias e 25 anos terrestres.
Nosso sistema planetário não ocupa apenas um ponto ínfimo no universo, haja vista que ele pertence a um grupamento estelar, ou galáxia, chamada Via-Láctea, onde existem bilhões de estrelas, algumas das quais tão grandes, mas tão grandes, que uma só ocupa espaço igual ao ocupado pelo Sol e quase todos os planetas que este arrasta consigo. A estimativa mais recente feita pelos astrônomos revela que existem na Via-Láctea cerca de 400 bilhões de estrelas.
Dos ensinos dados pela Espiritualidade superior, resulta que muito diferentes umas das outras são as condições dos mundos, quanto ao grau de adiantamento ou de inferioridade dos seus habitantes. Entre eles há os que seus habitantes são inferiores aos da Terra, física e moralmente. Outros possuem a mesma categoria que o nosso e muitos lhe são mais ou menos superiores.
Evidentemente, não podemos fazer uma classificação absoluta das categorias dos mundos habitados, mas a espiritualidade nos oferece uma que nos permite uma visão geral sobre o assunto, qual seja:
– Mundos primitivos – Nos mundos primitivos, destinados às primeiras encarnações da alma humana, a vida, toda material, se limita à luta pela subsistência, o senso moral é quase nulo e, por isso mesmo, as paixões reinam soberanas. A Terra já passou por essa fase.
– Mundos de expiação e provas – Nesses mundos o mal predomina. É a atual situação da Terra, razão por que aqui vive o ser humano na luta constante com tantas misérias.
– Mundos de regeneração – São mundos em que as almas que ainda têm o que expiar haurem novas forças, repousando das fadigas da luta.
– Mundos ditosos ou felizes – São os planetas onde o bem sobrepuja o mal e, por isso, a felicidade impera.
– Mundos celestes ou divinos – São as habitações de Espíritos depurados, onde exclusivamente reina o bem, visto que todos que aí vivem já alcançaram o cume da sabedoria e da bondade.
Aqui procuro trazer trechos extraídos da literatura Espiritualista, entremeados de passagens inseridas na Bíblia cristã, onde sempre busco respostas para tantas dúvidas que desafiam não só meu entendimento, mas creio que de grande parte da humanidade, pelo menos daqueles que conseguem, como afirmo na introdução deste artigo, se despirem de conceitos, preconceitos e dogmas estabelecidos por religiões ou seitas, mas que não conseguem à luz da plena consciência, estabelecer respostas plausíveis para tudo que nos cerca.
“Quem tem ouvidos que ouça, quem tem olhos que veja!”
José Cândido Póvoa – Poeta, escritor e advogado.